14 de abr. de 2008

Quero uma leveza sustentável

Para mim é instutentável a leveza de não ser. É insustentável o cotidiano maquinado e também o pensamento ocupado em apenas se tornar e nunca ser. Sempre se tornar e nunca ser. O mundo, em sua maioria, não é. E, por não ser e não se saber não sendo, conta ainda com certa leveza. Mas para mim, que me descobri não sendo, agora que sei que não sou essa leveza se tornou insustentável. Eu não sou. Não me sinto existindo e não me reconheço refletida no espelho.  Não nego a importancia de querer se tornar, mas quero ser o tempo todo e essa é a para mim a maior e mais constante forma de transformação. Quanto mais sou, mais me transformo, quanto mais quero me tornar, menos sou. Não quero me ocupar tanto em me tornar a ponto de não ter mais tempo de me questionar. Quero o ócio para pensar e pensar e me confundir e pensar mais até não aguentar, até me sentir enlouquecida, até adormecer.  Já aprendi que não se deve fazer essa pergunta, mas ultimamente ela é tudo que se sabe de eu. Sou apenas bagunça, um confuso e ilegivel borrão. E tudo que resta de ser é ela, a pergunta que não cala nunca. Sinto-me cada vez mais corcunda. É insustentável a levesa de não ser, assim como é sufocante a busca pela existencia. Ainda não existo para mim, mas andei ouvindo que eu é maior que eu. Meu Deus, quem será eu....?

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