Mae é uma só, mas as vezes a gente tem a sorte de ser adotada por mulheres fortes e cheias de amor que cruzam o nosso caminho. Com a Vezune nao foi diferente. Por ser assim, grande por fora e por dentro, ter um coracao infinito como o das maes e essa coisa bonita de gostar de cuidar das outros, abriu suas asas e acolheu todo o nosso galinheiro. Foi ela, com esse jeitinho ou mesmo tempo bravo e carinhoso, que fez da gente uma familia. As primeiras festinhas de fim de ano e os famosos chás da 5 comecaram na sua casa. Um jeitinho que ela encontrou de reunir a ninhada. Cheia de corujices, nunca perdeu uma apresentacao de teatro, coral ou PGE de suas filhas. Cuida de porres a coracoes depedacados. Da bronca, noticias e avisa quando alguem faz aniversario. E quando estava para ser vovó só faltou tricotar meias. Foi ela quem recebeu a noticia da chegada da Julinha ao mundo e ligou para todas nós, cheia de emocao, para dar a boa nova. Emocao que só as maes sentem.
Essa semana minha mae Zune ficou mais velha e se chateou porque sua filha desgarrada nao ligou. Mas ela sabe da filha que tem: enroscada, cheia de se naos, inadimplente. Mas que mesmo de longe, mesmo ausente, nao deixa nunca de pensar nela. Mae a gente nao esquece e ela sabe disso. E eu fico tranquila. Prometo que vou mudar. Sei que todo esse amor, de ambos os lados, é incondicional. Coisa de família mesmo. Porque mae pode nao ser uma só, mas todas sao para sempre. E com ela nao seria diferente.