8 de fev. de 2008

Desabafo

aaaaaaaaaaahhhhhhhhh!!!!!!!!!!

Obrigada Você

Obrigada.Está tocando uma música linda, que eu adoro.Meu coração ia apertar e, de repente, me lembrei.Sempre me lembro.Obrigada.Lembro daquela praia mágica com tantos segredos, lembro do bambuzal, lembro das loirinhas e lembro-me de mais uma conversa que mudou minha vida.Me faço de distraída, burrinha, desligada, menininha, mas vou gravando tudo.E agora agradeço muitas vezes.Porque foi você que me ensinou, sem querer, a ser mais forte.Você me ensinou a ser a menina-mulher que sou, cada vez mais forte.Você me ensinou, entre um grito e outro, uma reclamação e outra, uma debochada e outra, a construir-me.E a frase foi tão simples... “a música é sua agora. Ela foi dele. Agora que você a ama, que você a entende, ela é sua. Você não precisa lembrar e ficar com coração apertado porque as músicas são de fulano ou beltrano. Elas são tão suas, que você já pode até passá-las a quem você também quer cativar”...

Presente de uma amiga para lá de especial

7 de fev. de 2008

Filme da garotinha mesmo

"O amor é o que temos de mais próximo da magia"

Aquamarine

6 de fev. de 2008

Faminta

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida. Sinto saudades do calor do meu coração. E Apesar do frio, saudade até que é bom. É melhor que caminhar vazio.

Lispector com fome
Veloso a tira gosto

5 de fev. de 2008

Lis no Peito


"É um nome latino, né, eu perguntei para o meu pai desde quando havia Lispector na Ucrânia. Ele disse que há gerações e gerações anteriores. Eu suponho que o nome foi rolando, rolando, perdendo algumas sílabas e se transformando nessa coisa que parece "LIS NO PEITO", em latim: flor de lis."

Como diz uma querida: palavras da Amada Mestra

Meu primeiro amor

Por muitos anos ouvi falar dele. Via-o em fotografias, lia sobre ele em livros e escutava versos que o cantavam. Por muitas vezes achei tê-lo conhecido, mas era meninice, era muita vontade de tê-lo. Até que em uma tarde cotidiana, sentada no lugar de sempre com os já conhecidos amigos, ele passou por mim, divertido e brincalhão. De pronto não o reconheci, achei que fosse a paixão mais uma vez me atiçando. E ele veio de mansinho, me apresentando seu corpo, seu osso e sua alma. Fui aos poucos sentindo seu furor, seu calor e toda a sua transformação. Quanto mais ele se ocupava de mim, mais eu flutuava. De repente tudo fez sentindo. Era o amor.

Acho que o termo virgindade deveria ser usado para aqueles que nunca viveram um amor. O amor, no seu contexto mais profundo e verdadeiro, também só existe quando é sustentado por duas pessoas, reciprocamente. Mas a primeira passagem por ele é muita mais forte e reveladora que qualquer outra experiência. É de todas a mais nobre, a mais prazerosa e a mais completa.

Mas como em toda primeira vez, eu não soube direito o que fazer. Fui estabanada e muitas vezes tropecei. E errei tanto e tão desesperadamente, que as linhas se enroscaram, as palavras gaguejaram e o tom desafinou. Era a minha primeira vez, mas não era a dele. E por mais que ele tivesse errado na primeira, não errou feio como eu. E se desconcertou com a bagunça que fiz. E foi tudo tão irremediável, que não me há chance nem em outro amor, pois aprendi a só amar ele. Meu primeiro amor será o único para sempre, mas ele está à procura de um novo amor, menos desastrado que eu.

1 de fev. de 2008

Metamorfose


Minha única constância é ser inconstante. E isto é perturbador.


Filhote de tartarua

Clarice me disse: querida, não pense que você tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais. Ainda não foram terminadas – mas que elas estão sempre mudando. Afinam e desafinam. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Não copie o ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver.

Misturinha divertida. Clarice salpicada de Tom

Sabedoria de tartaruga

Ela me mantém em um altar e todo dia me leva flores. Já lhe disse que não gosto disso, mas ela insiste: Não se preocupe, seus defeitos acompanham sua imagem. Tranqüilizo-me por um instante e logo volto a me preocupar. Um dia as luzes cessarão, as máscaras se despregarão do rosto murcho e apagado e a falsa santa despencará do pedestal. Minha fragilidade sonsa não suportará a queda e a imagem intocada se quebrará em milhares de pedacinhos, tornando-se impossível à restauração. Será que ela me perdoará ao perceber que sou oca?

Gosto de como ela me vê. Passo a existir de forma superior a mim mesma através de seus olhos. Toda vez que nos encontramos ela coloca um gordão de ouro envolta do meu pescoço. È minha amiga, acredita na minha beleza. Ela quer me dar graça, quer me encorajar. Mas é tudo hipocrisia. A força é dela e não minha. São seus punhos e músculos que me sustentam.

Se ela continuar a agir assim, esse cordão dourado é capaz de me enforcar. Ela precisa me dar a derrota embrulhada em laços e papel crepom. Como confetes, ela precisa me jogar os defeitos na cara. Eles também são de se festejar. Só se levanta quem cai, e ela precisa me soltar. Não quero mais sua força emprestada, quero saber levantar sozinha. Sei que não é fácil, mas eu venho aprendendo como ela. Há anos assisto sua vitória conquistada a passos de tartaruga, como deve ser.

Enfim chegará o dia em que ela voltará a me enxergar inteira como outrora, só que com uma diferença: será a mesma imagem que vejo ao me olhar no espelho. Saberei então que o brilho de seus olhos ao me ver serão reflexo da minha verdade. Daí em diante não mais precisarei de adereços. Eu os serei.

Introdução

Resumo nesse livro o suor dos poetas. Faço desse a dança da adaptação dos dizeres deles transformados nos meus. Faço das palavras deles uma mistura às minhas palavras, para que gritem e registrem tudo aquilo que resumo amor – palavra que não comporta o que sinto e que se deixa derramar em todas as páginas aqui reunidas. Que fique transparente, no entanto, que o que sinto não cabe aqui ou em lugar algum. E que apesar disso, cada uma dessas palavras insistentes foi cuidadosamente recolhida, carinhosamente combinada e incontáveis vezes, com muita saudade e amor, relida. A cada uma delas derramei ao menos uma lágrima. Receba-as como um pranto incessante, emocionado pela felicidade que vivi e triste pelo amor que perdi. Guarde-as como um choro sempre quente, símbolo do meu amor e da minha dor. No fundo de cada uma delas poder-se-á sempre escutar os meus soluços