19 de out. de 2010

E como!

Uma voltinha pela minha classe de alemao, que tem o formato de U e que se fecha com o professor - alemao, naturalmente -, uma voltinha rapida pelo mundo. De uma ponta a outra, segue-se assim: Espanha, China, Itália, Argentina, Yemen, Franca, Brasil (eu), Coreia, Itália, China, Austrália, Franca, Líbano, China, Israel, Itália e Alemanha. Só quando realmente paro pra ver é que me espanto. Como na primeira vez que senti isso, ha exatos dez anos, quando comprando os tickets de metro para DC, um casal de velhinhos nos perguntou de onde eramos e foi um susto geral, para eles e para nós. Depois de um ano nos E.U.A, escrevi pra Rene, nossa coordenaora de area, agradecendo por me mostrar que o mundo era finalmente aos meus olhos pequeno e grande ao mesmo tempo. Ate hoje nao sei explicar essa sensacao. Mas tem a ver com conhecer pessoas de lugares tao distantes, mas que ao mesmo tempo sao tais como eu. Na maior parte do tempo, nao eramos de país nenhum, eramos adolescentes iguais entre si e comuns a todos os outros. Assim como hoje, o que muda é a origem, mas o cume me pareceu o mesmo!

E como estou nessa onda, e como estou fazendo aulas de swing, e como tenho visto em abundancia calcas curtas, suspensorios e chapeuzinhos de vovo, e como tenho ido muito a shows de bandinhas de clown Jazz, e como acabei de falar com a Pi, e como estou nessas de conhecer outras que nao a musica brasileira, e como Eve, a francesinha que foi minha dupla ontem, me indicou e eu gostei - do clipe, da música e principalmente do nome da banda - , com voces, Les Ogres de Barback

Les Ogres de Barback - Contes, vents & marées

14 de out. de 2010

Ontem

Ontem lembrei de voce. E isso acontece bastante. E acho uma pena nao poder te falar -voce já sabe, nao preciso dizer. Mas entendo, entendo muito bem. E respeito. E nao contesto mais porque também já nao sei se seria melhor se fosse diferente. Só que ontem foi legal de mais, merece a notícia. Fui naquele bar sobre o qual muitas vezes te falei. Aquele onde os músicos chegam já na alta noite, depois de tocarem "oficialmente" em outros cantos mais serios e caros, aquele onde eles nao trabalham, se divertem. Fazia tempo que nao ia lá e notei sem tristeza, como quem aprendeu que o tempo passa e muda tudo e que isso nao é necesariamnete ruim, que o bar já nao é o mesmo. O palco nao estava tao cheio como antigamente nem tao pouco estava a plateia. Nao foi aquela sonsera que me fez agradecer a deus tantas vezes. Nao estavam mais lá o baixinho monstro do trompete e seus tres seguidores, nem o percursionista da costa do Marfim ou o bachista de Mocambique. Mas tinha uma banda animada, que jamed o suficiente pra acordar a minha alma, me fazer sorrir sem pausa e dancar com o corpo solto e alegre. E tinha um cara - e é ai que eu queria chegar - do Ira. Um palhaco de música. Nunca tinha visto isso, arrepiante! Ele improvisava com o improviso da banda e era de gargalhar. Foi incrivel de ver como ele sentia a música e brincava com ela. Como fazia piada com os sons e fez fazer sentido unir palhaca com jam session. No final, feito crianca, fui encantada falar com ele e descobri que viaja pela europa performando em shows e festivais. Um mambabe, todo em si o circo, sozinho como cabe bem aos palhacos, fazendo palhaca com música. E como nao poderia ter sido diferente, lembrei de voce. E como dito, isso acontece bastante.

Descobrindo as divas - I

Meu pai sempre gostou de Billie Holiday. Falava nela, colocava pra tocar no radio, dancava e cantava numa melacao gostosa. Chegava até a me despertar curiosidade, mas era passageira. Eu andava tao ocupada descobrindo a música brasilera, que nao sobrava tempo, coracao, olhos ou ouvidos para outra coisa. Quando cheguei em Berlin continuei me ocupanado dela, usando até de mais dedicacao, liberdade e independencia. O primeiro ano foi de uma solidao tao absoluta e desconhecida, que fiz de Caetano, Joao Gilberto, Angelo Roro, Rita lee, Tim Maia, Secos e Molhados, Marisa Monte, Maria Bethania, Baden Powel e tantos outros, minhas únicas, mas confortávies companhias. Quis até escrever-lhes cartas falando de todo meu amor e gratidao. Noites seguidas, madrugadas a dentro, trancada sozinha no meu apartamento de sala e quarto, separada do frio que fazia lá fora, da Berlin que fazia festa, do Brasil que continuava por de tras do Alantico, da vida alheia que nao parava com a pausa da minha, do mundo todo que seguia rodopiando sem que eu o notasse. Nao sei quem era mais indiferente a quem, se ele a mim, ou eu a ele. Sei apenas que me bastavam a cerveja, o baseado, os cigarros concecutivos e esses brasileiros e suas músicas. Nesse comeco nao fiz muito alem disso. Eram conversas longas, descobertas. Nao me faltava carinho. Eu nao precisava dizer nada e sentia como se eles me entendessem, me notessem, me consolassem como ninguém. Ri, me arrepiei, chorei, dancei, gargalhei, desacreditei, interpretei alto e despreocupada, tantas vezes! Ia dormir farta e morta de cansaco. Foi um tempo assingular, de encontro. Uma meditaca as avessas, que gosto de chamar até de descontrucao. Hoje me parece distante, unclear. Quando saí do casulo, voltei ao mundo, reencontrei os outros, a realidade a minha volta falava outras línguas, dancava outros sambas, cantava outras dores. E tudo que eu acumulara, nao apenas no ano postumo, mas em todos os outros antecedentes a ele, tinha valia e identificacao somente a mim e a um lugar abandonado. Era novamente em branco. E com todo desacostume social que o isolamente me causou, estranhei de mais toda a novidade. Ainda tive o despreendimento de bater os pés e rechacar, mas a fase era morta. Chegava enfim e de novo a hora de abrir e dividir. Permitir o encontro. E para chegar mais perto de toda essa gente que de uma hora pra outra comecava a fazer parte da minha vida, eu tinha, antes de tudo, que compreender a sua música. Nao foi fácil. Além de bloqueada eu andava exigente e preconceituosa. Nada se comprava a poesia de Chico, ao violao de Baden, a sensualidade e Caetano, a forca de Bethainia ao balanco de Jorge Ben, a voz de Elis. Nada entrava de verdade na minha alma. Achava tudo mais-ou-menos, descartavel, pobre e superficial. Até recorrer a um passado, talvez como o meu brasileiro, mas desse vez de todo mundo. E comecaram aos poucos a chegar aos velhas, mas boas novidades.

The Blues are grewin ao som de Billie Holiday me deu tanta extase quanto descobrir Oracao ao Tempo de Caetano ou Samba Triste de Baden. Tem tanto sentimento, blues e música quanto. E a letra - meu deus a letra - fala pra mim tanta verdade...

Billie Holiday

8 de out. de 2010

Work

Amused by Google

Tenho um certo nojo de grandes empresas, mas tenho que admitir o pau que pago pro google, pricipalmente pros abres especias que eles fazem de vez em quando. Em 7 de setembro, por exemplo, foram as bolinhas coloridas em comemoracao ao aniversario da homepage. Uma coisa incrivel, na passagem do mouse, elas se espalhavam por toda a tela do computador . A coisa foi tao incrivel e tao genial, que passamos o dia no trabalho pirando nelas. E quando tinhamos que realmente procurar alguma coisa, ficavamos tao hipnotosados com a brincadeira que até esqueciamos o verdadeiro proposito da pesquisa.

Amanha John lennon faria 70 anos e o google fez como homenagem um abre animado com imagine. Nao sei porque no google brasil nao aparece, mas em www.google.de da pra ver.

John Lennon Google Doodle

Google's birthday

Fofo!

Levou o premio, mereceu e ainda elogiou a literatura brasileira, falando de euclides da cunha e guimaraes rosa. So esqueceu de machado de assis...

http://terratv.terra.com.br/Noticias/Mundo/4201-325727/Apos-ganhar-Nobel-escritor-elogia-literatura-brasileira.htm

7 de out. de 2010

Auto-reconhecimento

Ontem me reconstatei de mim mesma. Me revi como antes e nao gostei. Menti pra mim mesma, acreditei no amanha e tremi frente ao hoje, deixando mais uma vez para mais tarde a aula de alemao - que, pelos meus planos, deveria ter comecado na segunda-feira. Me senti pequeninha e infantil frente ao mocinho que comeco a conhecer e voltei pra casa avoada como uma menina crianca, decepcionada com a velha fraqueza de enfrentar o que vem. Chegando lá encotrei meu quarto em rotineiro caos. Nao importa quantas vezes eu o errume e o quanto arruma-lo me encomode, ele esta inevitavelmente sempre do avesso. Me deparei com uma conta astronomica de 1000 € do antigo apartamento que, mesmo depois de um ano, continua a me assombrar. It seems like you had a extremely high consuming of heizung, disse o Batti com o papel na mao. Nunca funcionou comigo o alarme geral. Eu, na minha teimosia ignorate, continuava usando o aquecedor no máximo, deixando ferver o quarto com uma arrogancia burra e suficiente para ainda, na época, dar risada do caso. Quero ver voce rir agora, Fernanda. É, ontem me reconstatei de mim mesma.

Eou sou a desordem. E isso, poeticamente, pode soar pronfundo a até se-lo. Mas é defeito e nao qualidade, atraso de vida e nao inspiracao. Eu sou a irresponsabilidade. O que, nos dias de hoje, com a epidemia geral dos politicamente corretos, pode até ser levada como contraversao. Mas sao caras de mais as consequencias que vem dela e temo profundamente nao ter pago nem a primeira parcelas das irresponsabilidades que já comprei. Eu sou egoista, preguicosa, mentirosa, edonista, beberrona, mimada, fingida, fofoqueira, interesseira, compulsiva, insensivel, arrogante, preconceituosa, superficial, desequilibrada, inconstante, mesquinha, insegura e fóbica social. E acho melhor parar por aqui antes que tenha que incluir também depressiva.

5 de out. de 2010

Saudades

Felicidade é droga poderosa, vicia quase instantaneamente. Eu sou dependente. E me pego querendo mais e mais e em doses cada vez mais cavalares. Um perigo!!!! Nao é raro, quando depois de uma noite mágica, que eu acorde ransinsa, embebida e cobrada por uma abstinencia. Acho essa minha ansiedade um tanto infantil. Minha mae certamente se irritaria dizendo que é desiquilibrio, histeria. E é, fazer o que? Em algumas dessa manhas até conseigo me recobrar, me reunir e tratar de resolver pendencias - que ficam esquecidas de lado no barato da felicidade. Em outras, no entanto, fico só mesmo, com as dores e vazios da abstinencia. E deixo até que venha, sem resistencia, para nem me atrever a falar em luta. O que pode acontecer, no entanto, é dela aparecer nessa horas de supresa, em coisas pequenas, quando estou careta. Ai é só delicadesa. Como quando abri minha caixa de e-mail e encontrei, um seguido do outro e com o mesmo título Saudades, os seguintes emails:

Ola filha, como vc vai ai no Alemanha ? Schonheit ?

Estou com muita saudade e vejo Fevereiro longe. O tempo é uma questão de ansiedade.

Bem as coisas aqui estão assim:

. sua irmã voltou a namorar o Robbie.

. eu continuo a namorar a Rita.

. a Dilma vai ganhar, não sei se no primeiro turno.

. o Serra, com diz o Zé Simão, ta que nem o Atlético Mineiro, toda vez que aparece na TV cai 03 pontos ( se vc não entendeu o Atlético Mineiro esta numa merda )

. eu tô com o saco cheio de política.

. teu irmão faz aniversário no domingo porém vamos comemorar lá em casa amanhã, da uma ligada.

. a empresa ta acertando o passo, só falta uma coisinha, eu ganhar dinheiro, mas isto é secundário, pelo menos para os meus funcionários.

Bem tem um monte de outras coisas, porém vou ter jogar tênis, e não é em ninguém não, é esporte mesmo. Depois a taça, a taça de cerveja.

Aquele beijo. pai

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Flor de Liz...minha amada ..

Hoje bateu muitas saudades de voce..Tenho coisas pra conversar e só pensei em voce.

Pensei em ligar mas sei que está muito ocupada e .....exitei...
mas saudades milnha filha.,..sinto sempre.....

Acho que são os preparativos para mudança...ou então...o estar mais calma...mais tranquila...me remetendo as lembranças...boas é claro...

Me avise quando estiver sussa pra conversamos ..afinal..agora tenho skipe....

baci mi fiore de liz...

te voglio molto bene

mamma

2 de out. de 2010

Pega Rapaz

Sabado de folga, de ressaca, preguica e frio. To tacada debaixo do edredon, fumnda um, tomando um chá. E olha só o que achei.