25 de abr. de 2008

Presente de uma amiga nova em folha

Poética

"Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação."

Manuel Bandeira

Hoje vai ter uma festa, bolo, guaraná, muitos doces pra vc

Eeeeee! É o meu aniversário. E apesar de não poder os amigos receber, vamos festejar. Eu e todos os eus aniversariantes que existem dentro de mim. Estou feliz, muito feliz. Normalmente não gosto, normalmente não é bom. Mas hoje, esses eus darão uma trégua. Temos uma coisa comum, é o meu aniversário. Hoje é diferente, hoje tenho esperança. Hoje estou muito feliz e me deixo pensar que hoje é o meu dia. Pouco depois da meia noite, lembrei que não tinha me dado os parabéns. E disse: "Fê - como raramente ouso me chamar, já que não tenho e nem me dou esse tipo de intimidade - Feliz aniversário!" E eu sorriu. Abracei-me, me beijei. Hoje é um aniversário feliz. Há muito tempo briguei com uma amiga importante. Fizemos há pouco as pazes e as coisas estão ainda meio estranhas entre nós. Mas não importa. Estamos felizes, porque finalmente me sinto feliz por mim. Eu sou minha amiga e vamos comemorar isso hoje também. Desejo-me toda felicidade do mundo, muita saúde (de mente e de corpo), muita sorte e muita força. Muito amor e pouco medo. Que eu cresça, me encontre, me equilibre. Que eu aprenda a lidar com a dor sem fazer dela algo maior do que realmente é, e que no final ganhe sempre alguma coisa dela . Que eu descubra o valor de todas as felicidades e tenha sabedoria para vivê-las. Que eu aprenda cada vez mais o que é respeito e o que é caráter. E que eu entenda que amor e sabedoria são a mesma coisa. Que a minha alma se abra cada vez mais pra perceber os milagres do mundo. Que eu consiga ouvir mais e falar menos. E quando falar, que o tom da minha voz seja tranqüilo e as palavras pensadas. Que eu me deixe rir mais, que eu aprenda sobre responsável. Que eu saiba sempre cultivar, cuidar e regar o amor dos meus amigos, da minha família e do meu amor. Que eu possa sempre contar comigo e que enfim eu seja! Sim, hoje é um feliz aniversário!

17 de abr. de 2008

Para uma amiga cheia de graca

Saúde

"Me cansei de lero-lero
Dá licença
Mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar
Opinião
De como ter um mundo melhor
Mas ninguém sai de cima
Nesse chove-não-molha
Eu sei que agora
Eu vou é cuidar
Mais de mim!...

Como vai? Tudo bem!
Apesar, contudo
Todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Não!
Se por acaso morrer
Do coração...
É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz..."

Eita amor bom

"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la."

Ela

Notícias

Querida, você vem me cobrando notícias e eu desconversando. Mas nao fique triste, nao as nego só a você. Na verdade, só estou economizando palavras porque nao ando sabendo como gastá-las. É como voce disse, estou numa brisa difícil de verbalizar, tudo é muito abstrato. Berlin está acontecendo em mim muito mais que eu nela. É uma cidade ainda muito maior do que eu, forte, cheia de personalidade. Estou como pupila dela, encantada, meio sem saber o que fazer. Uma vez, ainda em Sao Paulo, fui numa exposicao de fotografia que buscava as rugas nos rostos das pessoas. Era uma celebracao as marcas, a história... Sinto Berlin assim. Ela passou por muita coisa e por isso é cheia de marcas, mas nao tem vergonha delas, pelo contrário, as escancara. É uma senhora maluca, divertida, cheia de histórias pra contar. Se ela é a nova Meca das artes? Já nao sei te dizer. Sei apenas que é toda colorida, contraditória, gritante. Ela respira artes sim, muita liberdade e muita expressao. Mas nao fica se gabando para o mundo. Voce precisa vir aqui conhece-la. Estamos te esperando. Beijinhos

16 de abr. de 2008

Nel mezzo del camin... ao meu gordinho

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...

E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.

(Poesias, Sarças de fogo, 1888.) Olavo Bilac

15 de abr. de 2008

sido

Tenho sido como quem anda por de baixo d'água. Além do mais, estou me transbordando....
ahahahaha Meu deus, quanta sensacao!

14 de abr. de 2008

Quero uma leveza sustentável

Para mim é instutentável a leveza de não ser. É insustentável o cotidiano maquinado e também o pensamento ocupado em apenas se tornar e nunca ser. Sempre se tornar e nunca ser. O mundo, em sua maioria, não é. E, por não ser e não se saber não sendo, conta ainda com certa leveza. Mas para mim, que me descobri não sendo, agora que sei que não sou essa leveza se tornou insustentável. Eu não sou. Não me sinto existindo e não me reconheço refletida no espelho.  Não nego a importancia de querer se tornar, mas quero ser o tempo todo e essa é a para mim a maior e mais constante forma de transformação. Quanto mais sou, mais me transformo, quanto mais quero me tornar, menos sou. Não quero me ocupar tanto em me tornar a ponto de não ter mais tempo de me questionar. Quero o ócio para pensar e pensar e me confundir e pensar mais até não aguentar, até me sentir enlouquecida, até adormecer.  Já aprendi que não se deve fazer essa pergunta, mas ultimamente ela é tudo que se sabe de eu. Sou apenas bagunça, um confuso e ilegivel borrão. E tudo que resta de ser é ela, a pergunta que não cala nunca. Sinto-me cada vez mais corcunda. É insustentável a levesa de não ser, assim como é sufocante a busca pela existencia. Ainda não existo para mim, mas andei ouvindo que eu é maior que eu. Meu Deus, quem será eu....?

Há sempre um acontecendo

O milagre veio de longe. Emprestei meu casaco para minha prima, que foi fazer uma viagem por Portugal. Uma noite ela estava sentada com uma amiga num bar e um senhor passou deixando uma folha e dizendo: "é um texto muito bonito, fiquem com ele pra voces". Depois de ler, ela colocou o  papel no bolso e se esqueceu completamente dele. 

Foi assim que um anjo colocou um consolo no meu bolso. E numa manhã de cinzas, em que chorava a morte de um eu que nem se quer existiu, o texto encosta na minha mão e me fala sobre repouso, transformando o dia em azul antes mesmo que eu o desse tempo. É, os milagres são como guinomos e fadas, só pode ver quem neles acredita. 

Um achado


Era domingo e eu estava fora. De repente, não sei se por cansaço de corpo ou se por cansaço de alma, me bateu uma angústia. Nada que me matasse, mas entendi que eu me pedia para ir. Resolvi ter coragem de medo e fiz um caminho diferente. O tempo estava agradavel, a noite estava caindo, eu tinha música. Me perdi, me achei. Senti medo, respirei. Ensaiei chorar, sorri. Quis gritar, calei. Falamos. Quase não me lembro sobre o que, apenas sei que eu eramos muitos. Cheguei e dormi. Acordei indifenrente a mim, exausta de tanto tentar ser. Tomei um banho, tomei um café, tomei coragem e sai. Já no ponto de onibus, acendi um cigarro. Enquanto pensava em como um dia cinza poderia terminar azul, coloquei a mão no bolso e senti um papel. Era um guarda-napo estreito que levava um texto sem assinatura e que seguia exatamente assim:

"Estive doente, doente
de tudo, dos olhos
da boca, dos nervos até,
dos olhos que viram
mulheres perfeitas
da boca que diz 
poemas em brasa,
dos nervos manchados
de fumo e café
estive doente, doente
de tudo, estou em
respouso, não posso
escrever, eu quero
um punhado de 
estrelas maduras,
eu quero a doçura
do verbo viver..."

Foi o primeiro milagre do dia...

11 de abr. de 2008

Ele é Pessoa. Eu, por enquanto, Ninguém

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. É que posso evitar que ela vá a falencia. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, imcompreensões e momentos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recondito de sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo  milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras do caminho, um dia vou construir um castelo."

Fernando Pessoa

Tenho defeitos, vivo ansiosa e me irrito. Entre outras coisas, reconheço que vale a pena viver. Ora escrevo histórias, ora me transformo em vítima, mas andei revisando este final. Tenho épocas de secas e de enchentes dentro de mim. Ainda peço mais do que agradeço, mas andei experimentando agradecer e quase não consegui parar. Sinto medo do que sinto, sinto medo de sentir medo. Não buscava sim por medo do não. Hoje começo a ter coragem de medo,  tornando-me um pouco mais segura. Pedras no caminho, eu também vou construir um castelo. 

Fernanda (por enquanto) Ninguém

Ela sempre sabe tudo

"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias, pois eu também sou o escuro da noite". 

Uma cena de amor


Picasso e Odette
Sim, ando romantica...

10 de abr. de 2008

Hosróscopo do mes parte I, com perfeição

Marte em Cancer promete agitar seus sonhos e a sua imaginação, indicando com tranquilidade os caminhos por onde voce deve andar nestes primeiros meses do novo ano astrológico. Entre 20 e 24/04, o planeta da coragem e da luta pela vida forma excelente aspecto com Urano, que, por sua vez, permance em Peixes e envia novas inspirações e esperanças. É uma excelente oportunidade de se libertar do passado, conhecer pessoas que enriqueçam sua vida intelectual e entrar em um clube, organização ou entidade na qual possa agir a favor de outras pessoas. Voce pode crescer com os outros indivíduos.


Horóscopo do dia

Para ser livre, muito esforço vale. Um deles é o de encarar seu medo de ser pioneira e de seguir solitária por trilhas inexploradas. Essa é a pauta do dia. Voce se valorizará mais se fizer isso. Ao se valorizar, terá mais certezas e assim confiará mais em seus valores para chegar a liberdade a que aspira. Sorte

8 de abr. de 2008

Saudade: uma doce companhia

Minha saudade é indisivel porque não é comum. Ela raramente bate melancólica, mas inegavelmente, de certa forma, nostálgica. Ela deixou de ser uma falta e tornou-se um buraco. Ela não se manifesta na solidão, mas na percepção da importancia de um membro do corpo agora ausente. Ela não nasce de uma necessidade, é fruto doce de um apego, de uma cumplicidade. Ela faz carinho durante o silencio e machuca em meio a multidão. Ela é mansa e quente nos momentos de paz, mas ferve na raiva que tenho do mundo quando não vejo nele voce. Ela não sente apenas tudo aquilo que já foi, mas também traz a falta do que ainda está por vir. A saudade é minha única companhia romantica, porque não sinto apenas saudades de voce. Sinto saudades de mim quando estávamos juntos e do um só que somos nós dois. Na saudade sinto voce, mesmo longe, minha melhor companhia.

Não quero mais o faz de conta

"...fiz de conta que de mim não estava em silencio alvíssimo escorrendo sangue escarlate, ..., fiz de conta que eu não ficava de braços caídos de perplexidade quando os fios de ouro que eu fiava se embaraçavam e eu não sabia desfazer o fino fio frio, ..., fiz de conta que eu não estava chorando em silencio..." E enquanto fazia de conta que não me dava conta, literalmente não me dava conta de que passava então pela voracidade de viver. Quando finalmente me dei o tempo de reparar na mancha rubra, viva e escandalizante que se formava aos meus pés senti o alívio e a paz de me saber viva. Porque se poupar da dor é também se poupar de vida. A dor é um sinal dado pelo corpo. Temer a dor e temer-se a si mesmo. E negar-se a si enfraquece o espírito.

Não se engane: não me cabe a depressão. Se me encontro com a dor é por puro interesse, pois quem quero de verdade é a felicidade em todas as suas dimensões.

6 de abr. de 2008

Amo, logo existo

Saudades daquele que faz meu coracao sorrir.

2 de abr. de 2008

Minha charmosa Berlin

Matéria de 01/04 do estadão. 
Apesar de não concordar com tudo, a matéria é divertida e conta um pouqinho da minha "casinha". Quem quiser ver a materia inteira: www.estadao.com.br/suplementos/not_sup149143,0.htm

Berlim - Ela tem 771 anos, mas um corpinho de 19. Moderna, linda e descolda, chega a ser exibicionista. Adora brechós, bistros charmosos e música eletronica. Poderia se chamar Londres, Paris ou Madrid, mas foi batizada de Berlim, e arrebata seus pretendentes, que nem suspeitam do poder de atração dessa "garota". Como deve ser acordado entre amantes recentes, releve seu passado - pouco interessa. O que vale nessa excitante descoberta é o que ela tem a oferecer de agora em diante. E é muito, muito mais do que voce pode imaginar.

Como toda jovenzinha, talvez lhe pareça um pouco confusa e ainda inconsciente de seu poder de atração. Seus segredos mais ítimos - e, por isso mesmo, mais interessante - ainda pertencem a poucos, talvez só a quem tem o direito de desfrutar de sua companhia diária. Vale perguntar, ninguém vai negar-lhe tão importante informação. Ela não é sisuda, muito menos certinha. Não é cinza e nem chora seu passado difícil.


1 de abr. de 2008

Não sou!

"a vida é muito perigosa, pois em pleno dia se morre". E quando acho que encontrei algo, me coloca a frente do que achei e despenco! Me perco no que era indo além do que realemente sou. Desculpem-me, me precipitei. Era de manhã e a manhã sempre nos dá o ar de que podemos tudo.

O mundo está ao contrário e ninguém reparou

Cegos por opção e por vício. Fracos. O constante trabalho de evitar a dor. Mas ninguém se livra da dor impunimente. Quem o faz, sofre sempre, de poquinho em pouquinho. Por que a vida não é o que se vende em anúncios publicitários. Ela é muito maior e vai muito mais fundo. Exige toda a energia que se puder dedicar a ela. E os produtos? Não servem de nada. E o que não ajuda, atrapalha! Dedicar-se em ser o tempo todo é desgasante. O sofrimeto é gigantesco, mas a felicidade vem em igual propoção. Porque a vida é um eterno milagre. Como diz o meu amor, basta olhar em volta: existe sempre alguma coisa incrivelmente mágica acontecendo.