Nasci! Vinda de um buraco negro, despenco num solo seco e quente. Em pleno silencio resurjo num sertao intocado. Já nao há qualquer sinal de sangue da mulher que me pariu, nem gemidos de dor. Nada! O Horizonte é infinito e absolutamente solitário.
Ainda estou caida, sentada, perplexa. À um acesso de nada, extravaso o que resta desse vazio. Estapeio o chao que me cerca e tudo que sobe é pó. Estou sentanda, mas alguma coisa urge em levantar.
Percebo o cessar do tremor que sentia. Uma cólica comeca a ferver o colo agora fértil. Uma luz explode ao centro arrastando calor por todo o corpo, até chegar à periferias de mim. Os pés formigam, rogam pelo movimento. As maos procuram os joelhos que, pressionados contra o chao, dao altura às pernas e diminuem a distancia para o céu. À um pestanejar a pele se alonga e humidece o olhar que danca. O ombros se despregam, os punhos se abrem. É o fim do império de medo.
2 comentários:
amei ver um pouquinho mais de vc. continue postando fotinhos!!!
saudades muitas!
te amo. bj
arrepio: é o fim do imperio de medo.
genial
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