2 de nov. de 2008

O Fim do Império do Medo


Nasci! Vinda de um buraco negro, despenco num solo seco e quente. Em pleno silencio resurjo num sertao intocado. Já nao há qualquer sinal de sangue da mulher que me pariu, nem gemidos de dor. Nada! O Horizonte é infinito e absolutamente solitário.


Ainda estou caida, sentada, perplexa. À um acesso de nada, extravaso o que resta desse vazio. Estapeio o chao que me cerca e tudo que sobe é pó. Estou sentanda, mas alguma coisa urge em levantar.


Percebo o cessar do tremor que sentia. Uma cólica comeca a ferver o colo agora fértil. Uma luz explode ao centro arrastando calor por todo o corpo, até chegar à periferias de mim. Os pés formigam, rogam pelo movimento. As maos procuram os joelhos que, pressionados contra o chao, dao altura às pernas e diminuem a distancia para o céu. À um pestanejar a pele se alonga e humidece o olhar que danca. O ombros se despregam, os punhos se abrem. É o fim do império de medo.




2 comentários:

Ana Paula disse...

amei ver um pouquinho mais de vc. continue postando fotinhos!!!
saudades muitas!
te amo. bj

Ana Carolina Ralston disse...

arrepio: é o fim do imperio de medo.
genial