11 de abr. de 2010

Coracao

"Nao se via nada em parte alguma, excecao feita dos esparsos e minúsculos flocos de neve, que vindos da brancura do céu, desciam até a brancura do solo. O silencio em volta dele era impressionantemente vazio. Enquanto seu olhar se refrangia no vácuo que o deslumbrava, Hans Castorp sentiu como seu coracao, agitado pela subida, comecava a latejar - esse orgao musculado, cuja forma animalesca e cujo mecanismo ele espreitara, talvez defandamente, por entre os crepitantes relampagos do gabinete de radioscopia. E uma espécie de comocao apoderou-se dele, uma singela e devota simpatia por esse seu coracao, o coracao palpitante do homem, que pulsava, nesse ermo glacial, tao sozinho com seus problemas e seus enigmas."

Um comentário:

Ana Carolina Ralston disse...

que saudades das suas leituras, dos livros amassados dentro da sua bolsa ( que parecia até pequena de tanos papéis e coisinhas jogadas no fundo) amiga, que saudades!