26 de set. de 2010

Tenho medo! Nao me dou!

Ontem me precipitei. Acho que o texto todo falava tao profundamente de mim - como provavelmente de qualquer um - que me emocionei. Também porque a primeira frase me encostou num calo novo. E ando querendo tanto falar nele, só nao sei por onde. Esse medo recém percebido - como se já nao bastassem todos os outros. Um estranho panico de me envolver. Medo, vício meu. Esses dias perdi alguém por conta dele. Foram quatro meses de solidao a dois. Fingi tanta indiferenca que à encostei. Nao fechava a relacao por nada, nao me comprometia. Livrar o coracao de .... de pertencer a apenas um e cair com o desamor. E a qualquer meia palavra distante dele, eu, que passei meses vivendo de casos rasos e raros, saia me dando de graca para quem aparecesse. Beijos desimportantes e sem perigo também. Uma reacao avessa - aversao? - defesa insensata contra o que? Negacao, rejeicao, solidao - quanta peso traz o ao à palavras ja em si tao insustentáveis -. E nao aguentei! Tanta cerimonia, tanto banho maria, essa estática e insalubre calmária. Pois nao fui a única a amarelar. Depois de tanta bater contra as nossa diferencas, nos pegamos iguais no medo de amar. E nao pude com tao pouco, calei a minha mentira e a dele também. E no final, a dor nao pelo que se rompeu, mas pela alma "frigilizada". E me assusto, pois sou nova de mais para tamanha frieza. Se pudesse voltar no tempo, I would have putted the wall down to show him, to let him get to know me. Para talvez no final sofrer, sim! Sentir qualquer coisa, nem que seja dor. Morta-viva, assim tao menina, é um alerme à alma e ao coracao. E agora o fim que traz a queda das máscaras. Podemos finalmente sentar para cervejas sinceras, sem atos, figurinos e falas ensaiadas. Podemos, pela primeira vez, ouvir sem receio, falar sem desvios, calar sem vergonha. E lamentar a nao entrega do que certamente nao passaria dos seus quatro meses, mas poderia conter imensidao. Percebi deslumbrada a natureza dos novos movimentos no primeiro jantar apos rompimento. Enquanto eu libertei a menina, as cores, a deselegancia, ele se afastou dos holofotes da dinamica fina e instruida da forma europeia. Aspirantes de nossas próprias companhias, sentamos separados do resto para um vinho no canto, uma troca canalizada, um carinho espontaneo. Eu nao precisava mais fingir independecia, emancipacao, maturidade. Ele nao precisava mais ser o homem dos dotes, o principe loro, "o such a nice guy" tantas vezes repetido por outros. Estavamos sendo. Nus dos acessorios que colocávamos para nos assegurar. Os nossos defeitos fizeram de nos, nesses momentos seguintes, finalmente belos. Porque a beleza - nao, muito mais, o desejo - esta em se ser humano. E para tanto, ou tao pouco, é primordial ser-se e aceitar-se imperfeito.

E na desatencao da minha afobada correria, esbarrei sem querer numa nova chance. O que era uma fuga estabanada de um me fez cair com susto no colo de outro- e por ser talvez exatamente isso, ou falar verdades que eu ansiava - me pegou desprevenida, desarmada. Nao me deixou tempo de lancar meus naos. E cá estou, em pé, segurando a chance na mao. E ai... quanto medo... Essa noite sonhei com ele. E no meu inconsciente era ele quem me negava. Alguém um dia já me assegurou, com enorme enfase, do poder de duas palavras. Amor e medo. E cá estou, desvurtuando as coisas, trocando as ordens, colocando carroca na frente dos bois, boicoitando a busca pela falta de fé. Tendo medo do amor...

4 comentários:

Anônimo disse...

NAO TENHA MEDO!
CORRA PRA ELE
beijos, Di

Anônimo disse...

Eu também tenho.

disse...

Porque voce tem medo?

Bombom disse...

acho que a única coisa que não tenho medo, é do amor. Chorar, descabelar,dar uma de Vinicius de Moraes, me declarar. De todas as outras coisas, eu tenho medo.