24 de jul. de 2010

Um presente

Diga-me, oh meu Tempo. E o que deve vir agora? Quais passos tomam os que chegam à praia e nao morrem? Como seguem vencedores e vencidos no pós guerra, depois que os corpos foram recolhidos e velados? O que é do tempo - este! - , filho consequente do apito final que encerra o jogo, de repente tao desmedido, livre e despreocupado? O que se faz quando o coracao acalma, quando o medo e adrenalina se diluem e o sangue volta a sua correnteza trivial? Como reagir a dor de amor que cessou, a saudade que virou lembranca, ao passado tao passado que se perdeu na na distancia? O que subistitui a nostalgia em desuso, a melancolia sem desculpa. Onde fica o vício largado? Conte-me, o que é que se faz do que se fez? Das perdas e ganhos compensados, da bandeira fincada no cume? Qual o lugar dos livros lidos, do pranto derramado e enfim agreste? O que pensar dos copos inebriantes de ontem, hoje guardados no armario, secos como a madrugada morta. Em que estado se encontra um corpo de porre curado? Sabe ele ser sóbrio? O que é do palco na partida do público, do terreno quando o circo emigra? Quem é o palhaco, calado, de frente ao espelho e de rosto lavado? O que é do agora, eu? Da ilusao quando desmasacarada, do sonho quando realidade, da missao quando cumprida, da palavra quando silencio? Qual o estado do pecado perdoado, da bencao concebida? E que se faz de voce, hoje, que até ontem era só amanha?

Um comentário:

Isabela Mena disse...

CA-RA-LHO!
MATOU A PAU E NÃO TINHA PALAVRA MELHOR PRA EXPRESSAR ISSO, SORRY.
WOW
BJ