6 de mai. de 2008

Fase flutuante

Estou flutuando dentro de mim. As vezes bate uma insegurança de sentir os pés longe do chão, mas na maior parte do tempo me sinto nadando em nuvens. Daqui, de cima de mim, tudo lá nos fundos fica pequenininho e como tenho medo de alturas, há horas em que as minhas pernas e mãos tremem e me coração corre. Mas ai vem o meu eu amor, pega na minha mão e me pede pra esperar dizendo: quando o vento é forte, o melhor e parar e esperar. Principalmente quando se está flutuando. Assim não saio voando, pelo contrário, aproveito a brisa que, com muito esforço, torna-se leve, refrescando meu rosto. Tenho passado por cima de mim delicadamente, flutando. Daqui de cima meus pulmões se abrem e respiro como se estivesse em meio a eucaliptos. Talvez tenha me confundido. Talvez essa seja a verdadeira insustentável leveza de ser. Eu, que antes não era, estou descorbindo um mundo no mundo e descobrindo esse mundo dentro de mim. Não quero ter medo de vida e muito menos levá-la como alguém que espera a morte. Quero goles dela que refrescam, quero banquetes dela que estufam, quero me lambuzar toda, quero nascer faminta e morrer satisfeita todos os dias. Mas quero tudo isso sem afobação... Estou flutando dentro mim, sou feita de nuvens. Mas sou filha do vento...

2 comentários:

Flor de raposa disse...

é ... iansã.

Maria Clara Moraes disse...

Flutua... os anjos flutuam. E às vezes plumas caem. Quem sabe alguém recolha suas plumas...